O Bitcoin (BTC) teve um desempenho fraco em fevereiro, registrando uma queda de 17,39% em meio à escalada da guerra tarifária promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Esse resultado representou o pior mês da criptomoeda desde junho de 2022, segundo dados da CoinGlass. As principais altcoins também apresentaram desempenho negativo no mesmo período.
Para março, a expectativa é de que a volatilidade continue, especialmente devido aos impactos das tarifas comerciais nos mercados globais. No entanto, o setor acompanha atentamente a criação de uma reserva nacional de criptomoedas nos EUA, que será discutida em uma reunião na Casa Branca nesta semana e pode ter reflexos positivos nos preços dos ativos digitais.
Apesar da recente queda, analistas apontam que a desvalorização do Bitcoin e de algumas altcoins pode representar uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo. As projeções para o restante do ano seguem otimistas.
Abaixo, confira as principais criptomoedas recomendadas para março. Apenas ativos que receberam pelo menos duas recomendações foram incluídos na lista.
Veja as 5 criptomoedas mais recomendadas por especialistas para março:
Criptomoeda | Nº de recomendações | Retorno acumulado (30 dias) |
---|---|---|
Bitcoin (BTC) | 3 | -8,18% |
Ethereum (ETH) | 3 | -22,90% |
Solana (SOL) | 3 | -27,11% |
Virtuals Protocol (VIRTUAL) | 2 | -39,51% |
Ondo Finance (ONDO) | 2 | -18,56% |
Cotações do Trading View
Bitcoin (BTC)
O Bitcoin tem enfrentado forte volatilidade e atualmente está cerca de 20% abaixo de sua máxima histórica de R$ 103,9 mil, registrada no final de janeiro. Segundo Danilo Matos, analista da NovaDAX, períodos como esse são oportunidades para realocação de portfólio e acumulação. “Historicamente, essas fases antecedem recuperações. Investidores que enxergam o BTC como um ativo de longo prazo podem aproveitar a queda para adquirir mais unidades a preços reduzidos”, explica.
Ethereum (ETH)
O Ethereum conta com fatores positivos para os próximos meses, segundo Rony Szuster, head de research do Mercado Bitcoin (MB). Ele destaca a atualização Pectra, que trará melhorias na infraestrutura da rede. Além disso, a exchange acredita que o ETH será um dos maiores beneficiados pelo avanço da regulamentação do setor nos EUA, impulsionando a tokenização institucional e a diversificação de investimentos via ETFs.
Solana (SOL)
A Solana sofreu uma forte desvalorização de mais de 40% em fevereiro, em grande parte devido ao escândalo envolvendo a memecoin Libra, criada na rede da Solana, que esteve ligada ao presidente argentino Javier Milei. Theodoro Fleury, diretor de investimentos da QR Asset, acredita que a SOL pode se recuperar em março, especialmente com a estreia dos contratos futuros da criptomoeda na CME, prevista para meados do mês.
Virtuals Protocol (VIRTUAL)
O Virtuals Protocol (VIRTUAL), ligado ao mercado de inteligência artificial, atingiu US$ 5,07 em janeiro de 2025, mas atualmente está cotado a cerca de US$ 0,86. Para Raul Leal de Sousa, gerente sênior de produto na Bitso, esse nível pode representar uma oportunidade para investidores que apostam no crescimento da IA. “O aumento da demanda por soluções Web3 e inteligência artificial pode impulsionar o ativo, especialmente à medida que mais projetos integrem IA em ambientes descentralizados”, destaca.
Ondo Finance (ONDO)
Beto Fernandes, analista da Foxbit, vê a ONDO como uma das plataformas mais promissoras no setor de tokenização de ativos reais (RWA). “A plataforma já oferece stablecoins, fundos e títulos do Tesouro dos EUA, garantindo um alto nível de credibilidade no setor. Recentemente, anunciou sua própria rede, a Ondo Chain, focada na facilitação da tokenização e distribuição de novos ativos. Caso essa tecnologia ganhe adoção, a ONDO pode se beneficiar significativamente”, afirma o especialista.
A proposta de investimento em criptomoedas segue desafiadora, especialmente em tempos de alta volatilidade. No entanto, especialistas continuam otimistas quanto ao potencial de valorização desses ativos, reforçando a importância da análise estratégica antes da tomada de decisões.