A criptomoeda registra queda de aproximadamente 20% desde o início do governo Trump, em meio aos desafios no setor; liquidações ultrapassaram US$ 1,34 bilhão.
O Bitcoin (BTC) despencou para menos de US$ 90.000, atingindo seu menor patamar desde novembro do ano passado. O movimento de queda ocorre em resposta às políticas comerciais do governo Trump e a uma sequência de contratempos que impactaram o setor de criptomoedas.
A moeda digital registrou uma baixa de 7,7%, atingindo pouco mais de US$ 87 mil, antes de se recuperar levemente e ser negociada a US$ 88.100 na manhã desta terça-feira (25). Outras criptomoedas seguiram o mesmo caminho, com o Ethereum (ETH) caindo mais de 10%, para US$ 2.395, enquanto XRP e Solana (SOL) recuaram mais de 12%.
Essa recente volatilidade nos mercados de ativos digitais marca uma inversão em relação ao otimismo registrado após a eleição de Donald Trump. Desde sua posse em janeiro, o Bitcoin já acumulou uma queda de quase 20%. A postura firme de Trump em relação aos aliados e adversários geopolíticos abalou a confiança dos investidores, enquanto as preocupações com a inflação elevada continuam a dominar o cenário econômico.
“A queda no preço do Bitcoin está provavelmente relacionada às incertezas macroeconômicas, amplificadas pelas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente Trump”, avaliou Adrian Przelozny, CEO da exchange Independent Reserve.
Nos mercados de derivativos, posições compradas em criptografia, totalizando mais de US$ 1,34 bilhão, foram liquidadas em 24 horas, conforme dados da CoinGlass.
Setor enfrenta ciberataque histórico e crise de confiança
A desconfiança no mercado aumentou após uma série de eventos negativos, incluindo o maior ciberataque já registrado no setor de criptomoedas, que teve como alvo a exchange Bybit, além de escândalos relacionados a memecoins. Esses fatores têm influência sobre o desempenho dos ativos digitais, que continuam apresentando resultados inferiores a outros mercados de risco, como o de ações de tecnologia.
O ataque à Bybit, direcionado a hackers direcionados à Coreia do Norte, resultou no roubo de cerca de US$ 1,5 bilhão em Ethereum. Especialistas afirmam que a sofisticação do ataque reflete o avanço técnico de grupos hackers norte-coreanos. Os criminosos já iniciaram o processo de lavagem de fundos roubados, agravando os temores sobre a segurança das plataformas.
Além disso, os memecoins lançados por Trump e Melania, pouco antes da posse, têm enfrentado forte desvalorização, com quedas de mais de 80% desde o lançamento, de acordo com dados da CoinGecko. Essa situação gerou dúvidas sobre as iniciativas pró-cripto do governo.
“O ciberataque à Bybit é o mais recente de uma sequência de eventos negativos que reacendeu preocupações antigas no mercado criptográfico”, afirmou Caroline Mauron, cofundadora da Orbit Markets. Ela destacou que esses episódios minaram a confiança dos investidores sem potencial de recuperação do setor.