O Brasil registrou o pior desempenho em um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre competitividade industrial. Entre 18 países analisados, o Brasil ficou na última posição, reflexo de desafios estruturais em áreas como ambiente econômico, educação e desenvolvimento humano. O ranking é essencial para entender os entraves que limitam o crescimento da indústria nacional no cenário global.
A CNI avaliou 18 países com perfil produtivo semelhante ao do Brasil e presença relevante nos mesmos mercados internacionais. A análise considerou oito macrofatores que afetam a competitividade industrial, incluindo infraestrutura, comércio, inovação e sustentabilidade. O Brasil não ficou entre os dez primeiros em nenhum dos critérios avaliados, ocupando o 18º lugar na classificação geral.
O alto custo do crédito continua sendo um dos maiores entraves para a indústria brasileira. Com a taxa Selic em 14,25% ao ano, o financiamento empresarial se torna oneroso, prejudicando investimentos e expansão. Além disso, o complexo sistema tributário contribui negativamente. A reforma tributária, se bem implementada, pode melhorar esse cenário, mas a CNI alerta para o risco de uma alíquota média elevada se houver muitas exceções.
O Brasil também teve o pior desempenho no fator de Desenvolvimento Humano e Trabalho. Subfatores como relações de trabalho, saúde e segurança, e diversidade foram especialmente críticos. A Coreia do Sul, em contraste, lidera esse item, evidenciando a necessidade de o Brasil investir em políticas mais eficazes para qualificação e bem-estar dos trabalhadores.
O subranking de Educação reforça a urgência de uma reforma no modelo educacional brasileiro. A baixa adesão ao ensino técnico e a escassez de profissionais formados em ciência e tecnologia impactam diretamente a produtividade e a capacidade de inovação do país. A Alemanha, líder nesse critério, mostra o caminho a seguir: formação técnica sólida e investimento contínuo em capacitação.
Para enfrentar esses desafios, o governo lançou a política industrial Nova Indústria Brasil (NIB), que prevê financiamento via BNDES. O plano prevê a liberação de R$ 507 bilhões até 2026, visando estimular a inovação tecnológica e a qualificação profissional. Segundo a CNI, embora os efeitos ainda não possam ser mensurados, a política representa um avanço importante e pode se tornar um instrumento de transformação, desde que mantida como política de Estado.
Além dos fatores já mencionados, o Brasil apresentou desempenho abaixo da média em outros cinco critérios:
O único ponto em que o Brasil obteve desempenho relativamente positivo foi no critério de Baixo Carbono e Recursos Naturais. O país ficou em 12º lugar no geral, mas se destacou em descarbonização, alcançando o 2º lugar no subfator.
O estudo comparou o Brasil a países como Estados Unidos, China, Alemanha, Coreia do Sul e México. Os Países Baixos lideram o ranking geral, seguidos por EUA e Coreia do Sul. O Brasil ficou atrás até mesmo de vizinhos latino-americanos como Argentina, Colômbia e Peru.
O último lugar do Brasil no ranking de competitividade industrial evidencia a necessidade urgente de reformas estruturais. Melhorar o ambiente econômico, investir em educação de qualidade e qualificação profissional, além de promover inovação tecnológica, são medidas essenciais para fortalecer a indústria nacional. Embora políticas como a NIB representem avanços, será preciso mantê-las de forma consistente e de longo prazo para transformar o cenário atual. A indústria brasileira tem potencial e resiliência, mas precisa de condições mais favoráveis para competir globalmente.
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