
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos anunciou, que reunirá um painel independente de especialistas em saúde para revisar as recomendações sobre a adição de flúor à água potável.
A medida ocorre em meio a debates sobre os benefícios e potenciais riscos do uso do flúor, um mineral amplamente utilizado para prevenir cáries e fortalecer o esmalte dos dentes.
Decisão anunciada após aeclaração de Robert F. Kennedy Jr.
A decisão foi tomada após declarações do Secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., em um evento em Salt Lake City, Utah. Kennedy afirmou que pretende orientar os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) a interromperem a recomendação do uso de flúor na água potável.
Em nota, o HHS informou que a Força-Tarefa de Serviços Preventivos Comunitários será responsável por conduzir a análise das evidências científicas mais recentes sobre o tema e apresentar novas recomendações.
Papel da EPA na revisão
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) também avaliará novos dados científicos relacionados aos potenciais riscos à saúde associados ao flúor. O administrador da agência, Lee Zeldin, confirmou que os resultados dessa análise poderão influenciar os padrões regulatórios para o uso do composto na água potável.
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Utah proíbe fluoretação da Água
No mês passado, Utah tornou-se o primeiro estado norte-americano a proibir a adição de flúor nos sistemas públicos de água. A decisão foi oficializada pelo governador Spencer Cox, após a aprovação de uma legislação estadual.
A medida recebeu críticas de entidades como a Associação Odontológica Americana, que reafirma seu apoio à fluoretação da água comunitária como uma prática eficaz na prevenção de cáries.
Níveis de flúor e riscos à saúde
Atualmente, o Serviço de Saúde Pública dos EUA recomenda que o nível de flúor na água potável não ultrapasse 0,7 miligramas por litro. Níveis superiores a 1,5 mg/L podem aumentar o risco de fraturas ósseas, alterações na tireoide e problemas neurológicos.
A EPA, por sua vez, mantém um limite máximo de 4,0 mg/L. Em setembro de 2024, um juiz federal determinou que a agência revisasse suas diretrizes, argumentando que os níveis atuais podem representar um risco significativo, especialmente para crianças.
Contexto atual
Dados do CDC indicam que 63% da população norte-americana consome água fluoretada. Embora a prática seja defendida por muitos especialistas em saúde, críticos como Kennedy destacam possíveis associações entre a fluoretação e problemas de saúde, incluindo câncer.
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O resultado dessa revisão pode impactar diretamente as políticas de saúde pública e os padrões regulatórios relacionados à fluoretação da água nos Estados Unidos.