
Adicionar sal à comida pode parecer um hábito inofensivo. No entanto, uma nova pesquisa conduzida pela Universidade Médica de Xinjiang, na China, revela que esse comportamento pode ter consequências significativas para a saúde mental. O estudo indica que o consumo frequente de sal está associado a um risco até 40% maior de desenvolver depressão e ansiedade.
Estudo relaciona sal com saúde mental
A pesquisa foi publicada na renomada revista Journal of Affective Disorders e analisou dados de mais de 400 mil pessoas ao longo de 12 anos, utilizando o banco de dados UK Biobank, do Reino Unido. Nesse período, foram registrados mais de 18 mil casos de depressão e mais de 22 mil de ansiedade.
Os resultados mostraram que indivíduos que adicionam sal aos alimentos diariamente enfrentam um risco até 40% superior de desenvolver transtornos mentais, em comparação àqueles que utilizam sal ocasionalmente — estes apresentaram um risco consideravelmente menor, entre 5% e 8%.
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Impactos na produção de neurotransmissores
De acordo com os pesquisadores, o sal de cozinha pode interferir na produção de serotonina e dopamina — neurotransmissores cruciais para o equilíbrio emocional e conhecidos como “hormônios do humor”. A deficiência desses compostos está fortemente associada a quadros depressivos.
Além disso, o estudo aponta que o consumo excessivo de sódio pode acelerar o envelhecimento biológico, fator que também contribui para o agravamento de distúrbios mentais.
Novas evidências reforçam a ligação entre sal e depressão
A comunidade científica tem se empenhado em entender como a alimentação afeta a mente. Um outro estudo, publicado no Journal of Immunology em março deste ano, investigou os efeitos do sal em camundongos e encontrou evidências complementares.
Experimento com camundongos confirma efeitos negativos
Durante cinco a oito semanas, os animais foram submetidos a uma dieta rica em sódio. Ao final do período, os camundongos apresentaram comportamentos semelhantes aos observados em modelos de estresse crônico, frequentemente utilizados para estudar a depressão.
Os cientistas também identificaram um aumento da citocina inflamatória IL-17A em regiões cerebrais e no baço — uma substância diretamente associada à depressão. Curiosamente, quando as células responsáveis pela produção dessa substância foram bloqueadas, os sintomas depressivos deixaram de progredir, mesmo com a ingestão de sal mantida.
O excesso de sal na alimentação já é reconhecido como fator de risco para várias doenças físicas, como hipertensão e câncer gástrico.
Sal e câncer de estômago
Uma pesquisa da Universidade Médica de Viena revelou que pessoas que frequentemente adicionam sal à comida pronta têm 39% mais probabilidade de desenvolver câncer de estômago em um período de 11 anos. Isso reforça a importância de limitar o uso do sal não apenas pela saúde cardiovascular, mas também pela prevenção de doenças mais graves.
Evitar o excesso de sal na dieta não significa abrir mão do sabor. Há diversas formas de temperar alimentos de maneira equilibrada e saudável.
Substituições recomendadas por nutricionistas:
- Alho: acrescenta aroma e sabor marcante aos pratos.
- Limão: ideal para carnes, saladas e peixes.
- Vinagre: realça o sabor dos alimentos e pode substituir o sal em saladas.
- Pimenta-do-reino: intensifica o sabor sem comprometer a saúde.
Essas opções são excelentes para quem busca manter uma alimentação saborosa e, ao mesmo tempo, proteger a saúde física e mental.
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Menos sal, mais saúde mental
Portanto, o hábito de adicionar sal frequentemente à comida pode ser mais prejudicial do que se imaginava. Além de contribuir para problemas cardiovasculares, o consumo excessivo de sódio está diretamente ligado ao aumento do risco de depressão e ansiedade, conforme revelam estudos recentes.
Para preservar a saúde mental e o bem-estar geral, é essencial repensar os hábitos alimentares e buscar alternativas mais saudáveis para temperar os alimentos. Pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida.