A economia dos Estados Unidos enfrentou uma retração de 0,3% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, conforme divulgado pelo Departamento de Comércio. Essa foi a primeira queda desde 2022, surpreendendo analistas que esperavam crescimento. Em meio a esse cenário, o presidente Donald Trump responsabilizou o atual presidente, Joe Biden, pelo resultado negativo, alegando que os dados refletem um “excesso herdado” da gestão anterior.
Trump descarta impacto das tarifas e promete retomada econômica
Em publicação na rede Truth Social, Trump minimizou o impacto das tarifas comerciais sobre o desempenho econômico. Segundo ele, o recuo no crescimento não está relacionado às políticas de taxação, mas sim à herança deixada por Biden.
“Isso vai levar um tempo, não tem nada a ver com tarifas. Ele [Biden] nos deixou com números ruins, mas quando o boom começar, será como nenhum outro. Sejam pacientes!”, escreveu Trump.
Além disso, o presidente afirmou que as tarifas começarão a surtir efeito em breve, impulsionando a realocação de empresas para o território americano.
“As empresas estão voltando em números recordes. Nosso país vai prosperar, mas precisamos nos livrar do excesso de Biden”, declarou.
Indicadores econômicos reforçam pessimismo do mercado
A retração de 0,3% no PIB foi um choque para o mercado financeiro, já que a expectativa era de um crescimento de 0,3%, segundo pesquisa da Reuters. Além disso, o relatório apontou uma aceleração da inflação e aumento das importações, fatores que contribuem para o ambiente de incerteza.
Outro dado relevante divulgado no mesmo dia foi o Relatório Nacional de Emprego da ADP, que mostrou desaceleração na criação de vagas no setor privado em abril, abaixo das projeções dos economistas.
Reação imediata do mercado financeiro
A divulgação dos dados econômicos impactou fortemente as bolsas americanas. Na abertura do pregão, os principais índices registraram queda significativa:
- Dow Jones: -1,11%
- S&P 500: -1,52%
- Nasdaq: -2,03%
Esses números refletem a preocupação dos investidores com a possibilidade de uma desaceleração mais profunda na economia americana.
Disputa política marca o discurso econômico
Trump fez questão de desvincular os resultados econômicos de sua administração, afirmando que ainda não teve tempo suficiente para reverter os danos causados pela gestão anterior.
“Esta é a Bolsa de Valores do Biden, não de Trump. Eu só assumi em 20 de janeiro”, ironizou o presidente, referindo-se à recente troca de comando.
Cenário econômico desafia otimismo de Trump
A queda do PIB dos EUA no início do ano lança dúvidas sobre a força da recuperação econômica prometida por Trump. Embora ele tente transferir a responsabilidade para Biden e minimizar o impacto das tarifas, os dados indicam um cenário complexo, com inflação em alta, desaceleração no emprego e queda nos mercados.
No entanto, o discurso de Trump aponta para um plano de retomada baseado na reindustrialização e na repatriação de empresas, o que, se concretizado, pode alterar o panorama econômico nos próximos trimestres. Resta acompanhar se essas promessas se transformarão em resultados consistentes.