
Os Estados Unidos podem se retirar das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia nos próximos dias, caso não identifiquem avanços significativos. A sinalização veio do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que afirmou nesta sexta-feira (18) que o governo do presidente Donald Trump está pronto para suspender os esforços diplomáticos se não houver progresso concreto.
“Se estivermos muito longe de uma solução realista, o presidente está disposto a dizer que acabou”, declarou Rubio, após uma reunião em Paris com líderes europeus e representantes ucranianos.
As tratativas ocorreram na capital francesa, em uma iniciativa liderada pelo presidente da França, Emmanuel Macron. O encontro contou com a participação de diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Ucrânia. De acordo com Rubio, o envolvimento das nações europeias foi positivo, e uma nova rodada de negociações está marcada para a próxima semana, desta vez em Londres.
Apesar do cenário delicado, Rubio destacou que o governo Trump está empenhado em obter resultados rápidos. “Não vamos continuar girando o mundo e participando de reuniões que não produzem nada de concreto. Queremos respostas em dias, não semanas”, afirmou.
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Impasse entre Rússia e Ucrânia persiste
A reabertura do diálogo acontece após meses de estagnação. Desde fevereiro, Trump tem aumentado a pressão por um acordo, inclusive com contatos diretos com o presidente russo Vladimir Putin. O presidente norte-americano também cobrou uma postura mais conciliadora do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Embora Kyiv tenha demonstrado disposição para discutir um cessar-fogo temporário, o governo russo insiste em condições inaceitáveis para a Ucrânia, como a entrega de territórios ocupados e o abandono da aspiração de integrar a OTAN. Essas exigências seguem sendo firmemente rejeitadas por Zelensky.
Acordos paralelos e possíveis consequências
Mesmo diante do impasse diplomático, os Estados Unidos e a Ucrânia avançaram em outras frentes. Na última quinta-feira (17), foi anunciado um acordo preliminar entre os dois países voltado ao compartilhamento de recursos minerais e energéticos — um ponto estratégico para Washington. A iniciativa responde a uma demanda do presidente Trump, que busca compensações econômicas pela ajuda militar bilionária já enviada a Kyiv.
No entanto, Rubio evitou comentar sobre os possíveis impactos que uma eventual saída dos EUA das negociações pode causar no apoio militar à Ucrânia. Ele também não revelou detalhes sobre as propostas apresentadas por Washington durante as conversas em Paris.
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Futuro incerto das negociações de paz
A sinalização de que os Estados Unidos podem abandonar as negociações de paz na Ucrânia reforça o clima de incerteza no cenário geopolítico. O governo Trump deixou claro que, sem progresso palpável, os esforços diplomáticos não serão mantidos. Caso isso se confirme, Washington deve redirecionar sua atenção para outras prioridades estratégicas. Resta saber se a próxima rodada de encontros será capaz de destravar esse impasse.