EUA pressionam Banco Asiático a cortar empréstimos à China

Secretário do Tesouro dos EUA pede ao Banco Asiático de Desenvolvimento medidas para suspender financiamentos à China e reforçar práticas financeiras.

As tensões econômicas entre Estados Unidos e China continuam a crescer. Em nova ofensiva, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, solicitou que o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB) adote ações claras para suspender os empréstimos à China. A iniciativa reforça o compromisso americano com práticas financeiras transparentes e o reequilíbrio da influência no sistema financeiro global.

Durante uma reunião com Masato Kanda, presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento, Scott Bessent destacou a necessidade urgente de colocar a China em processo de graduação, ou seja, limitar seu acesso a financiamento internacional subsidiado.

De acordo com o Departamento do Tesouro, o secretário ressaltou a importância de o ADB adotar práticas de aquisição baseadas no melhor valor, elevando a eficiência dos empréstimos e alinhando-se às expectativas de transparência internacional.

Leia também

Razões para a pressão americana sobre os empréstimos à China

A decisão dos EUA de pressionar o Banco Asiático de Desenvolvimento se apoia em três pilares:

  • Maturidade econômica da China: Como segunda maior economia do mundo, o país deveria reduzir sua dependência de financiamentos multilaterais.
  • Transparência no financiamento internacional: O reforço de boas práticas de aquisição evitaria o uso inadequado dos recursos.
  • Reequilíbrio financeiro global: Além disso, limitar o acesso da China aos fundos do ADB favoreceria o fortalecimento de economias emergentes realmente necessitadas.

Portanto, os EUA buscam ajustar a dinâmica financeira da Ásia e reduzir a influência de Pequim no cenário econômico.

Avanços nas negociações comerciais com Japão e Coreia do Sul

O Departamento do Tesouro dos EUA também informou que as negociações comerciais com Japão e Coreia do Sul avançaram de forma produtiva. Esses encontros fazem parte da estratégia americana de consolidar novas parcerias econômicas no contexto asiático.

Os principais objetivos dessas conversas incluem:

  • Redução de barreiras tarifárias e comerciais.
  • Fortalecimento de cadeias de suprimento estratégicas.
  • Expansão das parcerias tecnológicas e industriais.

Além disso, o estreitamento dos laços comerciais com Japão e Coreia do Sul visa criar um contrapeso econômico à crescente influência chinesa, reforçando o relacionamento econômico dos EUA com a Ásia.

Leia também: Desaceleração da economia é necessária para controlar a inflação, afirma diretor do BC

Diálogo entre EUA e Reino Unido sobre estabilidade financeira global

Ainda como parte de sua agenda internacional, Scott Bessent se reuniu com Andrew Bailey, governador do Banco da Inglaterra (BoE), para discutir o atual ambiente regulatório e a estabilidade dos mercados financeiros globais.

Durante o encontro, os líderes abordaram temas como:

  • Monitoramento do sistema bancário internacional.
  • Regulação dos mercados financeiros diante de novos riscos.
  • Cooperação bancária internacional para resposta a choques financeiros.

No entanto, o principal foco foi a necessidade de reforçar a resiliência do sistema financeiro global em meio às incertezas econômicas e tensões geopolíticas.

A pressão dos Estados Unidos para que o Banco Asiático de Desenvolvimento encerre os empréstimos à China ilustra uma mudança clara na estratégia econômica americana. Com avanços nas negociações comerciais asiáticas e um diálogo reforçado com o Reino Unido sobre estabilidade financeira, Washington intensifica sua atuação para moldar um novo equilíbrio no sistema financeiro internacional. Portanto, os próximos meses prometem novos capítulos nessa disputa pela liderança econômica global.