A guerra comercial entre Estados Unidos e China está cada vez mais intensa — e agora, a América Latina virou peça-chave nessa disputa global. O presidente norte-americano Donald Trump tem reforçado sua postura contra a crescente influência chinesa na região, incentivando países latino-americanos a repensarem suas alianças econômicas e estratégicas.
Com investimentos bilionários, a China tornou-se uma potência dominante na América Latina, enquanto os EUA tentam recuperar espaço e influência. Diante desse cenário, governos de norte a sul do continente enfrentam uma escolha complexa: alinhar-se com Washington ou manter os laços com Pequim?
Desde seu retorno ao poder, Trump tem intensificado os esforços diplomáticos e econômicos para conter a presença chinesa na América Latina. Entre as ações mais recentes:
Essas movimentações fazem parte de uma estratégia clara: evitar que a China repita na América Latina o modelo que aplicou na África, com investimentos que, segundo autoridades americanas, resultaram em dívidas impagáveis e controle sobre recursos naturais.
Apesar das pressões de Trump, a China segue firme no avanço geoeconômico pela América Latina. O país asiático investe pesadamente em infraestrutura, comércio e desenvolvimento por meio de sua Iniciativa do Cinturão e Rota, já adotada por mais de uma dezena de nações latino-americanas.
Entre os projetos financiados por Pequim, destacam-se:
Além disso, a China já superou os EUA como principal parceiro comercial de países como o Brasil, movimentando mais de US$ 178 bilhões em 2024.
Ao contrário da China, que aposta em incentivos econômicos, os EUA têm adotado uma abordagem mais agressiva:
Segundo analistas, essa estratégia pode ser limitada. Como afirmou Michael Hirson, ex-representante do Tesouro americano na China, “a América Latina não verá os EUA operando com todas as ferramentas necessárias para competir com Pequim”.
A crescente polarização obriga os países latino-americanos a repensarem suas estratégias. Segundo o Eurasia Group, a divisão tende a ocorrer da seguinte forma:
O presidente argentino Javier Milei, por exemplo, apesar de ser simpático a Trump, vem adotando uma postura pragmática com relação à China. Após críticas durante a campanha, passou a classificá-la como “parceira estratégica” e prometeu intensificar o comércio bilateral.
O Brasil é um caso emblemático. Sob as gestões de Lula e Bolsonaro, o país manteve relações sólidas com a China, sem abrir mão dos laços com os EUA. A China continua sendo o maior destino das exportações brasileiras — especialmente de soja, cujo volume aumentou após os anúncios de novas tarifas americanas.
Essa postura equilibrada pode servir de modelo para outras nações que buscam benefícios econômicos sem se envolver diretamente na rivalidade entre as duas superpotências.
A guerra comercial entre EUA e China transformou a América Latina em um tabuleiro estratégico, onde cada movimento pode redefinir alianças e impactar economias inteiras. A pressão de Washington cresce, mas a influência de Pequim continua sólida, sustentada por investimentos e comércio.
Para os países latino-americanos, o desafio será manter a soberania nas decisões, equilibrando interesses econômicos com a realidade geopolítica. A escolha de um lado — ou o esforço de manter neutralidade — moldará o futuro da região nas próximas décadas.
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