As importações de contêineres nos Estados Unidos registraram um aumento expressivo de 11% em março de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Esse crescimento mantém a sequência de fortes resultados mensais observada desde o início do ano. Contudo, o cenário para os próximos meses pode ser menos otimista. O aumento nas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump começa a gerar incertezas entre executivos do setor e analistas econômicos.
De acordo com dados divulgados pela Descartes, provedora de tecnologia para cadeias de suprimentos, os portos dos EUA movimentaram 2.380.674 unidades equivalentes a 20 pés (TEUs) em março — o terceiro maior volume já registrado nesse mês.
A China continua sendo o principal parceiro comercial marítimo dos EUA, respondendo por quase um terço de todo o volume importado. Em relação ao ano anterior, as importações vindas do país asiático cresceram 9,4%, impulsionadas pela antecipação de embarques por parte de importadores que buscam evitar tarifas adicionais.
No entanto, o ritmo dessa parceria começou a desacelerar. Entre fevereiro e março, o volume de cargas provenientes da China caiu 12,6%. Essa queda ocorreu após o governo Trump impor duas rodadas consecutivas de tarifas de 10% sobre produtos chineses.
As recentes medidas do governo norte-americano acentuaram a instabilidade nas cadeias de suprimentos globais. Segundo Jackson Wood, diretor de estratégia industrial da Descartes, “a volatilidade causada pelas tarifas e pelas retaliações comerciais vem desafiando empresas em todo o mundo”.
Na última quarta-feira, Trump elevou as tarifas sobre produtos chineses de 104% para 125%, agravando as tensões com a maior nação exportadora do planeta. Paralelamente, suspendeu por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas a outros países, mantendo a taxa geral de 10%.
Mesmo antes do recente aumento tarifário, entidades do setor já apontavam para um cenário desafiador no segundo semestre de 2025. A National Retail Federation (NRF) e a Hackett Associates estimam uma queda de até 20% no volume de cargas importadas em contêineres no período, em comparação com o ano anterior — projeção que não foi revista após os novos anúncios tarifários.
Gene Seroka, diretor executivo do Porto de Los Angeles — o mais movimentado do país —, alertou para o impacto da guerra comercial:
“Embora tenhamos visto um crescimento nos últimos meses, esse movimento foi motivado pela antecipação das tarifas. A expectativa é de queda de pelo menos 10% no segundo semestre.”
Grandes corporações americanas, como Walmart e Ford, estão entre as muitas que dependem das importações da China e de outros mercados estratégicos para manter suas operações funcionando. A interrupção desse fluxo pode afetar desde o abastecimento de lojas até a produção de veículos e outros bens manufaturados.
Além disso, as importações são vistas por investidores e analistas como um termômetro da atividade econômica dos EUA. Com o avanço da guerra comercial, aumentam os riscos de inflação e, consequentemente, de uma retração no consumo — fatores que ameaçam o crescimento econômico.
Mario Cordero, CEO do Porto de Long Beach, reforça essa preocupação:
“Uma guerra comercial prolongada afetará diretamente a economia global.”
Apesar do bom desempenho das importações em março, o cenário para o restante de 2025 é incerto. As tarifas impostas pelo governo dos EUA, especialmente contra a China, podem reverter os ganhos recentes e impactar negativamente diversos setores da economia. Empresas, investidores e autoridades portuárias permanecem em alerta diante dos possíveis efeitos colaterais de uma guerra comercial prolongada.
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