
Ministro Haddad reconhece avanço da inflação, mas afirma que controle está em curso com medidas fiscais e monetárias eficazes.
Inflação acelera, mas governo promete controle efetivo
A inflação brasileira voltou a preocupar em março, com alta acumulada em 12 meses próxima de 5,5%. Apesar disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o cenário está sob controle e que medidas já estão sendo adotadas para reduzir a pressão sobre os preços.
Durante entrevista à Rádio BandNews FM, Haddad declarou que “a inflação deu uma galopada”, mas reforçou que o governo está atuando de forma coordenada com o Banco Central para estabilizar o cenário econômico.
Dados do IPCA indicam desaceleração mensal, mas pressão acumulada persiste
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em março. Apesar de representar uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice avançou 1,31%, os preços de alimentos continuam pressionando o orçamento familiar.
A inflação acumulada em 12 meses se aproximou de 5,5%, valor acima do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
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Ações fiscais e monetárias visam conter inflação
Haddad destacou que o governo federal está promovendo ajustes fiscais enquanto o Banco Central mantém uma política monetária restritiva, dois movimentos que, segundo o ministro, colaboram para o arrefecimento da inflação.
Além disso, o ministro negou que as recentes medidas do governo tenham como objetivo estimular o consumo. Um exemplo citado foi o novo sistema de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, cujo foco é permitir que endividados troquem dívidas com juros altos por outras mais baratas, e não fomentar o consumo.
Reforma do Imposto de Renda entra em pauta
Outro ponto abordado por Haddad foi a proposta de reforma do Imposto de Renda, que isenta quem ganha até R$5 mil mensais e cria uma alíquota mínima para pessoas de alta renda. Segundo o ministro, a proposta tem ampla aceitação popular e foi construída com o compromisso de manter o equilíbrio fiscal.
“Somos a favor do equilíbrio das contas públicas, mas também da justiça tributária. Quem pode contribuir mais, deve fazê-lo”, afirmou Haddad.
Essa reforma faz parte de um pacote mais amplo para combater a desigualdade social e melhorar a distribuição de renda no país, segundo o governo.
Brasil preparado para enfrentar instabilidades externas
Em meio ao cenário de tensão global e à guerra comercial envolvendo os Estados Unidos, o ministro demonstrou confiança na resiliência da economia brasileira. Ele afirmou que o país possui reservas e mecanismos de proteção suficientes para enfrentar choques externos.
Embora reconheça que pode haver impactos pontuais no Produto Interno Bruto (PIB), Haddad garantiu que a economia brasileira segue saudável e preparada para manter o crescimento sustentável.
Sobre a redução temporária de tarifas comerciais anunciada pelo presidente Donald Trump, Haddad mostrou cautela. Para ele, o recuo se deve à pressão de aliados e do setor empresarial norte-americano.
“Vamos ver se Trump agora começa a dialogar mais para evitar essas idas e vindas”, comentou.
A alta da inflação é um desafio real, mas o governo federal afirma estar tomando medidas sólidas para contê-la. Com ajustes fiscais, política monetária alinhada e reformas estruturais como a do Imposto de Renda, o Brasil busca equilíbrio econômico e justiça social.
O cenário global exige atenção, mas, segundo Haddad, o país está pronto para enfrentar turbulências e seguir em frente com uma economia forte e estável.