Mais R$ 10 bilhões: Vale a Pena Investir em LCDs em 2025?

Na semana passada, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou a emissão de mais R$ 10 bilhões em Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD). O aumento ocorreu após o limite inicial ser atingido pelos bancos. Voltado para investidores pessoa física, será que investir em LCDs em 2025 é uma boa opção?

O título conquistou rapidamente o mercado. Em pouco mais de um mês de operação, em 2024, acumulou R$ 9,48 bilhões em emissões, após um regulamento ser aprovado no final de novembro.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liderou as emissões, com R$ 9,07 bilhões movimentados no ano passado. Apenas bancos de desenvolvimento estão autorizados a emitir LCDs, incluindo o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Mayara Rodrigues, analista de renda fixa da XP, aponta que o interesse dos investidores físicos pelos LCDs tem crescido. Ela destaca que a autorização de Imposto de Renda e a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) são atrativos significativos para este público.
“Consideramos o produto uma boa opção para a parcela pós-fixada dos portfólios, já que a maioria dos títulos está atrelada ao CDI, garantindo baixa volatilidade”, explica o analista.

Quanto rendem os LCDs?
Como os LCDs são isentas de IR, é necessário aplicar o conceito de gross up para comparar sua rentabilidade com alternativas tributáveis. A fórmula é simples: Rentabilidade com bruto up = rendimento líquido / (1 – Imposto de Renda).

Segundo Rodrigues, as LCDs geralmente pagam entre 85% e 95% do CDI em vencimentos de um a quatro anos. Considerando o bruto up , um LCD que paga 85% do CDI com vencimento de um ano equivalente a um CDB tributável com taxa de 103% do CDI.

“O cenário atual de juros altos proporciona uma boa rentabilidade para esses papéis, com baixo risco de crédito dentro do limite do FGC”, observa o especialista.

Baixa liquidez
Um ponto de atenção para quem investe em LCDs é uma baixa liquidez, característica compartilhada com outros produtos bancários, como CDBs, LCIs e LCAs. Mayara Rodrigues explica que “os títulos bancários têm uma movimentação de mercado secundário poucodo”, o que pode dificultar o resgate antes do vencimento, especialmente em papéis sem liquidez diária.

Por isso, ela recomenda que os investidores analisem o prazo dos títulos e alinhem os vencimentos com seus objetivos financeiros.

Onde comprar LCDs?
As corretoras participantes de leilões para adquirir lotes de LCDs e depois distribuir os títulos ao público. Thiago Manso, responsável pela plataforma de renda fixa da XP, destaca que a corretora foi a primeira a disponibilizar as Letras de Crédito do Desenvolvimento.

“A acessibilidade tem sido alta, impulsionada pela familiaridade dos clientes com produtos similares, como LCIs e LCAs, e pelo momento de mercado, que favorece a busca por segurança”, afirma Manso.