México considera impor tarifas sobre a China para evitar sanções dos EUA – Veja o Impacto!

O governo mexicano avalia aumentar tarifas sobre produtos chineses e fortalecer suas relações comerciais com os Estados Unidos para evitar os impostos propostos pelo presidente Donald Trump, segundo fontes próximas às negociações.

A administração da presidente Claudia Sheinbaum pretende apresentar essa estratégia nas conversas em andamento com o governo dos EUA, segundo uma dessas fontes, que falou sob anonimato.

As tarifas potenciais do México sobre a China devem impactar setores como automóveis e peças automotivas, além de produtos acabados, conforme indicaram outras fontes.

O Ministério da Economia do México não se manifestou sobre o assunto.

A medida surge após uma reunião na última semana, na qual autoridades americanas — incluindo o Secretário de Comércio Howard Lutnick e o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer — incentivaram o México a impor suas próprias restrições às importações chinesas.

A proposta mexicana busca evitar as tarifas de 25% previstas para 4 de março, que Trump ameaçou impor caso o México e o Canadá não colaborem mais estreitamente com os EUA. O presidente americano associou essas tarifas à entrada ilegal de fentanil e migrantes nos Estados Unidos, além de expressar preocupação com os investimentos chineses no México. Durante sua campanha, criticou o uso de peças chinesas em veículos fabricados no país vizinho.

Atualmente, o México está entre os maiores importadores de carros chineses, ao lado de países como Rússia e Alemanha, impulsionado pelo crescimento de marcas como BYD Co.

Desde o início do ano, o México vem reforçando restrições contra importações asiáticas de baixo custo, especialmente da China. Recentemente, impôs uma tarifa de até 35% sobre roupas acabadas vindas de países sem acordos de livre comércio, buscando enviar um sinal aos negociadores americanos.

Segurança e relações comerciais

As discussões entre México e EUA sobre segurança e combate ao narcotráfico estão mais adiantadas do que as sobre comércio e tarifas, segundo outras fontes próximas às negociações.

Para reforçar sua disposição em cooperar na segurança, o México extraditou 29 suspeitos de tráfico de drogas e outros crimes para os EUA na última quinta-feira.

Ainda na quinta-feira, o Ministro das Relações Exteriores Juan Ramon de la Fuente, acompanhado de altos representantes das forças armadas e da segurança pública do México, se reuniu em Washington com o Secretário de Estado Marco Rubio.

Em nota oficial, o governo mexicano classificou o encontro como “muito produtivo” para o avanço da cooperação em segurança, com foco no combate ao tráfico de drogas e armas, além da troca de informações para investigações.

Rubio, por sua vez, reconheceu os esforços do México para fortalecer a segurança na fronteira comum, destacando o envio de 10.000 tropas da Guarda Nacional, apreensões significativas de fentanil e a extradição de membros importantes do crime organizado para serem julgados nos EUA.

O Ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, também se encontrou com o Representante de Comércio dos EUA, Greer, em sua primeira reunião desde a confirmação no cargo. Além disso, manteve conversas com Lutnick para discutir temas comerciais.

O Ministro da Fazenda, Rogelio Ramirez de la O, também estava agendado para uma reunião em Washington com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na sexta-feira.

Entre os principais temas do encontro entre Ramirez e Bessent estão as ações do governo mexicano para conter atividades criminosas financeiras, incluindo o combate à lavagem de dinheiro por cartéis de drogas, um tema de crescente preocupação para as autoridades americanas após a designação de grupos criminosos como organizações terroristas pela administração Trump.