Milei comemora tarifa de 10% aplicada pelos EUA à Argentina

Javier Milei comemora tarifa de 10% imposta pelos EUA sobre produtos importados. Entenda os impactos para a Argentina e outros países.

O presidente da Argentina, Javier Milei, celebrou publicamente a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa universal de 10% sobre importações. A medida, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, foi recebida com entusiasmo pelo líder argentino.

Nas redes sociais, Milei compartilhou um trecho da música “Friends Will Be Friends”, do Queen, acompanhado da legenda: “Friends will be friends… TMAP” (“amigos serão amigos” e “tudo caminhando conforme o plano”, na sigla em espanhol).

Impacto da Tarifa para a Argentina e Outros Países

A nova tarifa atinge exportações argentinas na mesma proporção que Brasil, Colômbia e Chile. Entretanto, grandes potências como China, União Europeia, Reino Unido e Índia sofreram impactos ainda maiores, com taxas que chegam a 34%.

Líderes aliados de Milei enxergam a decisão como uma oportunidade. O deputado Agustín Romo comparou a medida a um acordo de livre comércio. Além disso, Juan Pablo Carreira, diretor de Comunicação da Presidência, destacou que a Argentina poderá se beneficiar da nova política comercial norte-americana. “O que Trump fez é impressionante”, declarou em sua conta oficial.

Relação com os EUA e Expectativas Econômicas

A decisão ocorre pouco antes da viagem oficial de Milei aos Estados Unidos, onde se reunirá com Trump em Mar-a-Lago, na Flórida. Ambos serão homenageados em um evento, fortalecendo ainda mais os laços políticos entre os dois países.

O governo argentino tem expectativas de que essa aproximação com Trump ajude nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Atualmente, a Argentina busca um novo crédito de US$ 20 bilhões, com desembolso inicial de 40%. Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, já sinalizou que esse valor inicial pode ser viável.

Os Estados Unidos representam hoje o segundo maior destino das exportações argentinas, com uma participação de 8,1% no comércio exterior do país em 2024. O Brasil continua sendo o principal parceiro comercial, absorvendo 17,1% das exportações argentinas, conforme dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

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Com essa nova configuração tarifária, especialistas avaliam que a Argentina pode buscar estratégias para se adaptar e manter sua competitividade no cenário global.