Pediatras alertam para perigos de desafios online entre jovens e crianças

Pediatras alertam sobre os perigos de desafios online. Entenda os riscos e como proteger crianças e adolescentes dessas práticas nocivas.

Pediatras alertam para perigos de desafios online entre jovens e crianças

Nos últimos meses, casos trágicos envolvendo crianças e adolescentes reacenderam o alerta sobre os perigos ocultos na internet. Entre março e abril, duas mortes causadas pela inalação de aerossol de desodorante, em desafios propostos online, chocaram o país. Diante disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu um comunicado reforçando os riscos que envolvem esses comportamentos e a necessidade urgente de supervisão ativa por parte de pais, educadores e profissionais da saúde.

Comportamentos de risco digital: O que está acontecendo?

Conforme dados do Instituto DimiCuida, ao menos 56 crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos sofreram ferimentos graves ou perderam a vida entre 2014 e 2025 após participarem de jogos ou desafios online. Essa realidade reforça o quanto é essencial entender o que está por trás desses conteúdos.

Segundo a SBP, os chamados “desafios perigosos” representam atos de autoagressão disfarçados de brincadeiras inofensivas. Esses conteúdos circulam rapidamente por meio de vídeos, imagens e jogos em redes sociais como TikTok, alcançando crianças e adolescentes de forma massiva e desprotegida.

Casos recentes mostram a gravidade do problema

O episódio envolvendo desodorantes em aerossol ganhou notoriedade após vídeos ensinarem como inalar o produto para causar desmaios — prática conhecida como “baforar”. De acordo com Gabriel Santiago, coordenador nacional de pneumologia da Rede D’Or, os gases presentes nesses produtos podem substituir o oxigênio no pulmão, impedindo sua absorção pelo corpo e resultando em desmaios, danos cerebrais e até morte.

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Desafios virais mais comuns: O que identificar e evitar

A SBP listou os principais comportamentos de risco associados a esses desafios:

  • Sufocamento voluntário: uso de objetos ou substâncias para bloquear a respiração.
  • Autoagressão e violência entre pares: como o “jogo do quebra-crânio” e “murros nas costelas”.
  • Ingestão de substâncias tóxicas: como produtos de limpeza ou medicamentos.
  • Exposição a situações perigosas: como tirar fotos em locais de alto risco, como prédios, pontes ou trilhos de trem.

Além disso, é comum que esses conteúdos incentivem comportamentos extremos com a promessa de aceitação social ou curtidas nas redes.

Como prevenir: O papel da família e da escola na segurança digital

A prevenção começa com o diálogo. É fundamental que pais, responsáveis e escolas criem um ambiente de confiança para que crianças e adolescentes se sintam seguros em compartilhar o que veem online.

Além disso, algumas práticas são essenciais:

  • Supervisão ativa das atividades online.
  • Estabelecimento de regras claras sobre o uso da internet.
  • Bloqueio de conteúdos inapropriados, violentos ou discriminatórios.
  • Educação digital: ensinar sobre segurança, privacidade e os perigos de desafios virais.

Portanto, mais do que proibir, é preciso orientar. A combinação entre informação, diálogo e monitoramento é o caminho mais eficaz para proteger os jovens.

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Atenção redobrada contra os perigos virtuais

Os desafios perigosos que circulam na internet representam uma ameaça real e crescente à saúde física e mental de crianças e adolescentes. A conscientização é o primeiro passo para combater esse problema. Cabe aos pais, escolas e profissionais da saúde manterem uma presença ativa na vida digital dos jovens, promovendo um ambiente seguro, informativo e protetivo.

Proteger a próxima geração exige ação conjunta — e começa com a informação correta.