A intensificação da guerra comercial promovida pelos Estados Unidos está redesenhando o panorama econômico mundial e elevando o risco de uma recessão global. Diante desse cenário, o Itaú Unibanco passou a adotar um viés de baixa para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, com destaque para a combinação de fatores internos e externos que afetam negativamente a atividade econômica.
Segundo Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, e sua equipe, os desdobramentos da guerra comercial contribuem para um ambiente internacional menos favorável, reforçando a expectativa de desaceleração da economia brasileira na segunda metade de 2025.
“A combinação de um PIB global mais fraco, cortes nos estímulos fiscais e os efeitos cumulativos da política monetária restritiva devem pressionar a atividade econômica no segundo semestre”, afirmam os especialistas.
Além disso, o recuo nos preços das commodities e a retração no comércio internacional intensificam os desafios para economias emergentes como o Brasil.
Na frente fiscal, o Itaú Unibanco projeta um resultado primário negativo de -0,8% do PIB tanto para 2025 quanto para 2026. A instituição considera improvável o cumprimento da meta oficial, que admite um déficit de até -0,6% do PIB com possíveis abatimentos.
Diante da expectativa de menor crescimento nas receitas públicas, os economistas reforçam a necessidade de medidas de contenção de gastos. A sustentabilidade fiscal dependerá fortemente da disciplina orçamentária, sobretudo em um ambiente de desaceleração.
No que diz respeito à política monetária, o banco projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa Selic em 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões de maio e junho. Contudo, admite a possibilidade de o ciclo de aperto ser encerrado antecipadamente ou ajustado de forma mais branda, a depender da evolução dos indicadores econômicos.
Apesar da sinalização de viés de baixa, o Itaú manteve a estimativa de crescimento do PIB em 2,2% para 2025. O impacto da retração global foi parcialmente neutralizado pelo impulso do novo crédito consignado privado, que vem sustentando o consumo e a atividade no curto prazo.
Entre os setores de destaque, a equipe do banco projeta um crescimento robusto no primeiro trimestre de 2025:
Para 2026, a projeção do PIB foi mantida em 1,5%. Os riscos são considerados mais equilibrados, com a possibilidade de políticas fiscais e parafiscais contracíclicas ajudando a mitigar os efeitos negativos do cenário externo adverso.
A combinação entre guerra comercial, desaceleração global e desafios internos coloca o crescimento econômico brasileiro sob forte pressão em 2025. O viés de baixa apontado pelo Itaú Unibanco reflete não apenas o cenário internacional desfavorável, mas também as limitações fiscais e os efeitos da política monetária. No entanto, fatores como o novo crédito consignado e a resiliência setorial oferecem algum alívio no curto prazo. Para o médio prazo, a condução responsável da política fiscal e a calibragem adequada da taxa de juros serão determinantes para manter a economia brasileira no rumo do crescimento sustentável.
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