Os líderes de pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil estão confiantes e esperançosos crescimento em 2025. Contudo, a forma como as gerações X (nascidos entre 1965 e 1980) e Y (nascidos de 1981 a 1996) enfrentam desafios empresariais apresenta diferenças, de acordo com estudo realizado pelo Itaú Empresas em parceria com o Instituto Locomotiva.
Segundo o levantamento “Cabeça de Dono”, 62% dos empreendedores da geração X se sentem mais preparados para crescer, enquanto 54% dos millennials compartilham esse otimismo. Empresários entre 41 e 60 anos tendem a tomar decisões de forma autônoma em pelo menos uma área de suas empresas.
No geral, a maioria dos empreendedores participa da gestão e execução operacional de seus negócios. Contudo, os líderes da geração X destacam-se por assumir decisões de forma independente, representando 41% contra 33% dos millennials.
Empresários entre 30 e 40 anos mostram maior empolgação (72%) e esperança (78%) em relação ao futuro de seus negócios. Entre os líderes de 41 a 60 anos, esses sentimentos são compartilhados por 66% e 73%, respectivamente.
Apesar das diferenças, todos enfrentam o desafio de lidar com o mercado competitivo e a falta de tempo para focar em inovação e gestão financeira. Esse cenário muitas vezes impede que busquem especialização ou apoio em redes de suporte, o que pode limitar o crescimento.
“Os resultados refletem as perspectivas e experiências de cada geração. Compreender essas diferenças é essencial para criar ambientes colaborativos e produtivos”, afirma Antonio Rafael Souza, diretor de estratégia para PMEs do Itaú Unibanco.
Apesar das particularidades, as gerações se complementam, contribuindo para o universo empresarial. “É fundamental considerar essas características e oferecer suporte especializado para contribuição um crescimento sustentável das PMEs”, acrescenta Souza.
A pesquisa entrevistou 1.001 líderes de PMEs com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 50 milhões, abrangendo todas as regiões do Brasil, entre 4 de julho e 16 de agosto de 2024.
O estudo também destacou os desafios e necessidades das PMEs, setor responsável por 30% do PIB e 50% dos empregos, impactando cerca de 80 milhões de brasileiros, segundo o Sebrae.
Principais desafios
Cerca de 90% dos líderes das duas gerações apontam dificuldades em lidar com o cenário externo, crescer, inovar e gerenciar finanças.
As diferenças são mais visíveis em temas específicos: 42% dos millenials enfrentam dificuldades com crises externas, contra 37% da geração X. Quando se trata de concorrência, o índice é de 32% para millenials e 27% para a geração mais velha.
Desenvolver estratégias de marketing e vendas é um obstáculo para 18% dos millennials, enquanto afeta 12% dos líderes da geração X. Já controlar custos é mais desafio para 23% dos empresários entre 30 e 40 anos, em comparação com 16% dos mais velhos.
“Essas demandas eram tratadas estrategicamente, com apoio externo, os pequenos negócios poderiam se fortalecer e os empreendedores, se sentirem mais confiantes”, ressalta o diretor do Itaú Unibanco.
Impactos na rotina
O estudo revela que a rotina afeta significativamente a vida dos empresários. Para 64% da geração X, equilibrar o trabalho e o tempo com a família é um grande desafio, número que cai para 58% entre os millenials.
Além disso, a geração X relata mais problemas de saúde relacionados ao trabalho (54%, contra 45% dos millennials), além de maior cansaço (51%) e sobrecarga (48%) em comparação com os mais jovens (45% e 41%, respectivamente).
Embora se destaque em pontos específicos, as gerações enfrentam a barreira da atualização constante. Segundo Souza, a dedicação intensa dos empresários muitas vezes consome o tempo necessário para equilibrar trabalho e vida pessoal. “Por isso, buscar apoio e estratégias eficazes é indispensável”, conclui.