Produção industrial no Brasil surpreende com alta de 1,2% em março

Indústria brasileira avança 1,2% em março, superando previsões e sinalizando retomada após meses de estagnação.

A produção industrial brasileira registrou uma alta de 1,2% em março de 2025 na comparação com fevereiro, segundo dados do IBGE. O desempenho surpreendeu o mercado, que previa um avanço bem mais modesto de 0,3%. Na comparação anual, o crescimento foi ainda mais expressivo: 3,1%, superando também as expectativas, que estavam em torno de 1,4%.

Este resultado marca uma recuperação relevante após um período de baixa intensidade na indústria, reforçando sinais de retomada econômica.

Resultados superam expectativas e apontam retomada da atividade

A indústria nacional volta a apresentar dinamismo após cinco meses de desempenho fraco, que incluíram quedas nos últimos meses de 2024 e estabilidade nos dois primeiros meses de 2025.

De acordo com André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal do IBGE, o resultado de março se destacou tanto pela força da alta quanto pela ampla disseminação do crescimento:

  • 3 das 4 grandes categorias econômicas avançaram;
  • 16 das 25 atividades industriais analisadas apresentaram crescimento.

Esse é o melhor desempenho mensal desde junho de 2024, quando a produção subiu 4,3%.

Setores que mais contribuíram para o crescimento industrial

Entre os setores que puxaram a alta em março, destacam-se:

  • Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis: +3,4%
  • Indústrias extrativas: +2,8%
  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +13,7%
  • Veículos automotores, reboques e carrocerias: +4,0%

Segundo Macedo, o crescimento está ligado à recuperação de setores que vinham acumulando perdas, refletindo uma retomada da produção em segmentos estratégicos para a economia.

Quedas pontuais ainda desafiam o setor

Apesar do avanço generalizado, nove ramos industriais apresentaram retração no mês. Os principais destaques negativos foram:

  • Produtos químicos: -2,1%
  • Alimentos: -0,7%

No caso dos produtos químicos, a queda eliminou o ganho de 2% registrado em fevereiro. Já o setor alimentício voltou a recuar após acumular alta de 3,7% entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

Desempenho das grandes categorias econômicas

A análise por categoria econômica mostra um cenário majoritariamente positivo em março:

  • Bens de consumo duráveis: +3,8%
  • Bens de consumo semi e não duráveis: +2,4%
  • Bens intermediários: +0,3%

Esses segmentos conseguiram reverter as perdas de fevereiro e voltaram a crescer.

O único recuo ficou por conta dos bens de capital, que registraram queda de 0,7%, sinalizando menor investimento produtivo no período.

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Indústria reage e supera nível pré-pandemia

Com os resultados de março, a produção industrial brasileira ficou 2,8% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). No entanto, ainda permanece 14,4% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.

Apesar de desafios pontuais em setores específicos, o cenário é positivo e indica uma possível retomada sustentada da indústria nacional, essencial para o crescimento econômico do país.