Na ultima quinta-feira 1º de maio, centenas de milhares de manifestantes ocuparam ruas em todas as regiões dos Estados Unidos, utilizando o Dia Internacional do Trabalho como palco para expressar descontentamento com os primeiros 100 dias do governo de Donald Trump. O movimento ganhou força e ecoou de costa a costa, atingindo até mesmo Omaha, a tranquila cidade de Warren Buffett.
Trabalhadores, aposentados e jovens se reuniram na Dodge Street, perto do Memorial Park — símbolo dos veteranos da Segunda Guerra. O ato fez parte do movimento nacional “50501”, que promove 50 protestos em 50 estados por uma causa: defender a Constituição e conter os excessos do Executivo.
O movimento “50501” critica duramente as políticas de Trump, que são vistas como ameaças diretas a direitos trabalhistas, iniciativas de diversidade, imigrantes e servidores públicos.
Linda Jensen, uma das organizadoras em Omaha, afirmou:
“Sindicatos, idosos como eu, jovens, LGBTQs, todos estão sendo afetados. Estão tentando desfigurar nosso governo, empurrando-nos para uma oligarquia.”
Além disso, cidades como Nova York, Filadélfia, Los Angeles e Washington, D.C., também foram palco de protestos massivos, com destaque para uma manifestação barulhenta em frente à Casa Branca.
O protesto em Omaha ocorreu a menos de um quilômetro da residência de Warren Buffett, o icônico investidor que vive na mesma casa desde os 30 anos. Aos 94 anos, Buffett continua atraindo a atenção global com o tradicional encontro anual de acionistas da Berkshire Hathaway (BERK34), marcado para o sábado seguinte ao protesto.
Embora a cidade receba cerca de 40 mil visitantes nesta época do ano, a maioria dos manifestantes não sabia da realização do evento. Isso reforça a ideia de que a manifestação não tinha como foco atingir diretamente o universo dos investidores, mas sim ampliar a visibilidade de causas sociais.
Embora seja um democrata declarado e filho de um congressista republicano, Buffett evita fazer declarações políticas públicas porque sabe que suas opiniões podem influenciar os mercados. Ainda assim, muitos o citam com frequência em debates sobre desigualdade.
Jensen comenta:
“Warren sempre disse que os ricos deveriam pagar mais impostos. Não sei se ele aplica isso, mas sua secretária paga proporcionalmente mais do que ele. Ele entenderia nosso protesto. Já seus acionistas talvez discordem, pois muitos estão entre os beneficiados pelas políticas atuais.”
Localizada no estado republicano de Nebraska, Omaha ganhou destaque nas últimas eleições presidenciais ao ser apelidada de “blue dot” — ponto azul — por eleitores democratas.
Isso se deve ao sistema eleitoral peculiar do estado. Nebraska e Maine são os únicos a distribuírem votos eleitorais por distrito, em vez do modelo “vencedor leva tudo” usado na maioria dos estados. Essa diferença fez com que o Segundo Distrito Congressional, que abrange Omaha, ganhasse relevância.
Nos últimos ciclos, o distrito oscilou: votou nos republicanos em 2012 e 2016, mas deu vitória aos democratas em 2008 (Obama) e 2020 (Biden). Durante a última eleição, placas com pontos azuis surgiram por toda a cidade como símbolo da resistência local.
Os protestos de 1º de maio demonstram que as políticas do governo Trump continuam gerando forte reação em diversos segmentos da sociedade americana. Em cidades grandes ou pequenas, como Omaha, a população segue engajada em defender direitos sociais e constitucionais.
Mesmo com grandes investidores presentes e a neutralidade de figuras como Warren Buffett, os protestos mostraram que a mobilização popular ainda ecoa no poder financeiro.
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