A produção de café arábica do Brasil em 2025 deverá enfrentar uma redução devido a condições climáticas adversas. No entanto, o recente pico nos preços, ultrapassando US$ 4 por libra-peso, é visto como reflexo de especulação, e não de fundamentos de oferta e demanda. Essa análise foi apresentada por Andrea Illy, presidente da illycaffè, durante um evento no Brasil.
Impacto da Seca Prolongada
A severa seca que atingiu o Brasil em 2024 trouxe preocupações sobre o volume da safra de 2025. Apesar disso, Illy destacou que a queda projetada na produção brasileira de café arábica não é tão significativa a ponto de justificar preços recordes.
“Esse preço de US$ 4 não reflete a realidade do mercado; trata-se de uma bolha especulativa, impulsionada pela seca no Brasil e no Vietnã”, afirmou o empresário.
Além disso, ele sugeriu que o mercado já passou pelo auge dessa especulação, com preços voltando a patamares mais realistas, atualmente em torno de US$ 3,82 por libra-peso na bolsa ICE.
Expectativas para 2026
Olhando para o futuro, as perspectivas para a safra brasileira de 2026 são mais otimistas. Com condições climáticas favoráveis, há potencial para um novo recorde na produção, consolidando o Brasil como o maior exportador global de café.
Andrea Illy enfatizou a importância do equilíbrio entre oferta e demanda para evitar novas bolhas especulativas que distorcem o mercado. Segundo ele, um mercado mais estável beneficia tanto os produtores quanto os consumidores.
Embora a safra de café arábica do Brasil em 2025 sofra impactos da seca, os preços elevados acima de US$ 4 por libra-peso não são sustentados por fundamentos de mercado. Com expectativas positivas para 2026, o setor deve focar em práticas que promovam a estabilidade e a competitividade no mercado global.
