Selic a 14,75%: Onde investir agora para garantir os melhores rendimentos

Saiba como investir com a Selic a 14,75% ao ano. Veja as melhores opções em renda fixa, Bolsa, fundos e ativos internacionais para proteger e rentabilizar seu dinheiro.

Selic a 14,75% Onde investir agora para garantir os melhores rendimentos

A nova alta da Selic para 14,75% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), reacende o debate sobre onde alocar recursos em um cenário de juros elevados. Embora já fosse amplamente esperada pelo mercado, a confirmação do aperto monetário impacta diretamente a curva de juros, o ritmo da economia e os resultados das empresas — o que exige uma nova avaliação das estratégias de investimento.

Especialistas apontam que a renda fixa continua atrativa, mas a Bolsa e outros ativos também oferecem oportunidades, desde que o investidor saiba onde mirar. A seguir, você confere os principais caminhos para investir com inteligência em tempos de Selic alta.

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Renda fixa: Tesouro Direto e crédito privado em destaque

Tesouro Direto: opções para curto e longo prazo

Com a Selic elevada, o Tesouro Selic surge como alternativa segura e de baixa volatilidade. Segundo Luise Coutinho, da HCI Advisors, esse título acompanha a taxa básica de juros e oferece rentabilidade alinhada ao cenário atual, com menor exposição ao risco.

Além disso, o Tesouro IPCA+ é ideal para quem busca preservar o poder de compra no longo prazo, pois combina juros reais com proteção contra a inflação. Já os títulos prefixados começam a ganhar espaço, especialmente porque o mercado antecipa uma possível queda futura da Selic. Nesse contexto, títulos com taxa fixa se tornam mais interessantes, como destaca Ian Lima, da Inter Asset.

Principais estratégias em renda fixa:

  • Tesouro Selic para proteção e liquidez.
  • Tesouro IPCA+ visando retorno real e estabilidade.
  • Títulos prefixados para capturar o início do ciclo de queda nos juros.
  • Composição mista entre IPCA+ e prefixados para diversificação.
Crédito privado: cautela e seletividade são essenciais

Mesmo com spreads apertados em relação aos títulos públicos, os fundos de crédito privado ainda oferecem boas oportunidades — desde que o investidor seja seletivo. Marianne Moraes, da Inter Asset, afirma que fundos pós-fixados devem apresentar bom desempenho, beneficiados pela alta dos juros.

Ela também destaca a atratividade das debêntures incentivadas, isentas de Imposto de Renda. No entanto, alerta para o risco de alongar excessivamente o prazo de vencimento dos títulos em um cenário de incertezas.

Dicas para investir em crédito privado:

  • Prefira fundos com exposição a pós-fixados.
  • Avalie a qualidade do crédito e a liquidez dos ativos.
  • Evite alongar prazos sem análise criteriosa do cenário.

Ações: Bolsa pode seguir em alta, mas exige atenção ao risco

Apesar dos juros elevados, a Bolsa brasileira mantém fôlego, puxada por fluxo estrangeiro e expectativas de estabilidade econômica. O Ibovespa ultrapassou os 133 mil pontos recentemente, refletindo um cenário mais otimista com resultados corporativos e inflação sob controle.

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Entretanto, riscos como o desequilíbrio fiscal e o impacto dos juros altos nos balanços das empresas não podem ser ignorados. Para quem deseja investir em ações, setores como commodities, energia, bancos e seguros continuam promissores.

Setores recomendados por analistas:

  • Energia: Empresas como Cemig (CMIG4) e Isa Energia (ISAE4) oferecem contratos indexados à inflação, garantindo previsibilidade.
  • Commodities: A Vale (VALE3) se destaca pelo valuation atrativo, mesmo com menor demanda da China.
  • Financeiro: Bancos e seguradoras podem se beneficiar do ambiente de juros altos.

Fundos imobiliários: FIIs de papel lideram no curto prazo

Com a Selic em 14,75%, os fundos imobiliários que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) ganham força. Esses ativos, geralmente indexados ao CDI ou ao IPCA, tendem a se valorizar em ambientes de juros elevados.

Segundo Isabella Pereira, da Rio Bravo, os fundos de CRI estão sendo negociados com desconto de até 9% no mercado secundário, o que indica potencial de valorização. Já os fundos de tijolo, que investem em imóveis físicos, apresentam boas perspectivas no médio e longo prazo.

Destaques nos fundos imobiliários:

  • Curto prazo: FIIs de papel com CRIs atrelados ao CDI/IPCA.
  • Longo prazo: FIIs de tijolo com portfólios locados e descontos de até 40%.

Fundos de investimento: estratégia defensiva e diversificada

Em tempos de Selic alta, fundos de renda fixa pós-fixados e multimercados com perfil conservador se tornam alternativas atraentes. Clara Sodré, da XP, recomenda manter uma carteira diversificada e alinhada ao perfil do investidor.

Fundos atrelados ao CDI podem render acima de 1% ao mês, atraindo quem busca segurança e retorno consistente. No entanto, fundos prefixados e indexados à inflação tendem a sofrer mais com a marcação a mercado, exigindo maior tolerância à volatilidade.

Recomendações para fundos de investimento:

  • Priorize pós-fixados e multimercados defensivos.
  • Evite concentração em ativos voláteis.
  • Esteja atento a mudanças na política monetária para ajustar a carteira.

Investimentos no exterior: proteção cambial e diversificação

Apesar da atratividade dos ativos brasileiros, investir no exterior continua sendo uma estratégia importante. A valorização do dólar, aliada à inflação interna, pode corroer o poder de compra dos investidores que ignoram ativos internacionais.

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Lara Rates, da One Investimentos, reforça que diversificar em moeda forte não significa abrir mão dos retornos locais, mas sim garantir preservação patrimonial e exposição a mercados com outras dinâmicas econômicas.

Formas de investir no exterior:

  • Renda fixa: Treasuries dos EUA para segurança e estabilidade.
  • Ações globais: Setores como tecnologia e energia, além de small caps e ETFs menos concentrados.
  • Fundos internacionais: Com exposição cambial e gestão profissional.

Como montar sua estratégia com a Selic em 14,75%

A elevação da Selic exige uma revisão cuidadosa das alocações. Renda fixa permanece como base da carteira, mas setores da Bolsa, fundos imobiliários e ativos no exterior também oferecem boas oportunidades, desde que avaliados com critério.

Portanto, o momento é de cautela seletiva, diversificação e foco no longo prazo. Avalie seu perfil de risco, acompanhe o cenário macroeconômico e aproveite o ambiente de juros altos para construir uma carteira sólida e eficiente.