A nova alta da Selic para 14,75% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), reacende o debate sobre onde alocar recursos em um cenário de juros elevados. Embora já fosse amplamente esperada pelo mercado, a confirmação do aperto monetário impacta diretamente a curva de juros, o ritmo da economia e os resultados das empresas — o que exige uma nova avaliação das estratégias de investimento.
Especialistas apontam que a renda fixa continua atrativa, mas a Bolsa e outros ativos também oferecem oportunidades, desde que o investidor saiba onde mirar. A seguir, você confere os principais caminhos para investir com inteligência em tempos de Selic alta.
Com a Selic elevada, o Tesouro Selic surge como alternativa segura e de baixa volatilidade. Segundo Luise Coutinho, da HCI Advisors, esse título acompanha a taxa básica de juros e oferece rentabilidade alinhada ao cenário atual, com menor exposição ao risco.
Além disso, o Tesouro IPCA+ é ideal para quem busca preservar o poder de compra no longo prazo, pois combina juros reais com proteção contra a inflação. Já os títulos prefixados começam a ganhar espaço, especialmente porque o mercado antecipa uma possível queda futura da Selic. Nesse contexto, títulos com taxa fixa se tornam mais interessantes, como destaca Ian Lima, da Inter Asset.
Principais estratégias em renda fixa:
Mesmo com spreads apertados em relação aos títulos públicos, os fundos de crédito privado ainda oferecem boas oportunidades — desde que o investidor seja seletivo. Marianne Moraes, da Inter Asset, afirma que fundos pós-fixados devem apresentar bom desempenho, beneficiados pela alta dos juros.
Ela também destaca a atratividade das debêntures incentivadas, isentas de Imposto de Renda. No entanto, alerta para o risco de alongar excessivamente o prazo de vencimento dos títulos em um cenário de incertezas.
Dicas para investir em crédito privado:
Apesar dos juros elevados, a Bolsa brasileira mantém fôlego, puxada por fluxo estrangeiro e expectativas de estabilidade econômica. O Ibovespa ultrapassou os 133 mil pontos recentemente, refletindo um cenário mais otimista com resultados corporativos e inflação sob controle.
Entretanto, riscos como o desequilíbrio fiscal e o impacto dos juros altos nos balanços das empresas não podem ser ignorados. Para quem deseja investir em ações, setores como commodities, energia, bancos e seguros continuam promissores.
Setores recomendados por analistas:
Com a Selic em 14,75%, os fundos imobiliários que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) ganham força. Esses ativos, geralmente indexados ao CDI ou ao IPCA, tendem a se valorizar em ambientes de juros elevados.
Segundo Isabella Pereira, da Rio Bravo, os fundos de CRI estão sendo negociados com desconto de até 9% no mercado secundário, o que indica potencial de valorização. Já os fundos de tijolo, que investem em imóveis físicos, apresentam boas perspectivas no médio e longo prazo.
Destaques nos fundos imobiliários:
Em tempos de Selic alta, fundos de renda fixa pós-fixados e multimercados com perfil conservador se tornam alternativas atraentes. Clara Sodré, da XP, recomenda manter uma carteira diversificada e alinhada ao perfil do investidor.
Fundos atrelados ao CDI podem render acima de 1% ao mês, atraindo quem busca segurança e retorno consistente. No entanto, fundos prefixados e indexados à inflação tendem a sofrer mais com a marcação a mercado, exigindo maior tolerância à volatilidade.
Recomendações para fundos de investimento:
Apesar da atratividade dos ativos brasileiros, investir no exterior continua sendo uma estratégia importante. A valorização do dólar, aliada à inflação interna, pode corroer o poder de compra dos investidores que ignoram ativos internacionais.
Lara Rates, da One Investimentos, reforça que diversificar em moeda forte não significa abrir mão dos retornos locais, mas sim garantir preservação patrimonial e exposição a mercados com outras dinâmicas econômicas.
Formas de investir no exterior:
A elevação da Selic exige uma revisão cuidadosa das alocações. Renda fixa permanece como base da carteira, mas setores da Bolsa, fundos imobiliários e ativos no exterior também oferecem boas oportunidades, desde que avaliados com critério.
Portanto, o momento é de cautela seletiva, diversificação e foco no longo prazo. Avalie seu perfil de risco, acompanhe o cenário macroeconômico e aproveite o ambiente de juros altos para construir uma carteira sólida e eficiente.
A safra de café arábica no Brasil enfrenta desafios climáticos em 2025, mas preços elevados…
Bill Gates acelera plano de doar sua fortuna e critica Elon Musk por cortes na…
INSS suspende antecipações de benefícios pelo PicPay por suspeita de cobranças indevidas; banco nega irregularidades…
Saiba mais sobre os recentes ataques entre Índia e Paquistão que elevaram a tensão militar…
Descubra como a nova lei sancionada por Lula garante cirurgia de lábio leporino e tratamentos…
Três em cada quatro consumidores pretendem comprar em shoppings no Dia das Mães, com destaque…
Este site utiliza cookies.
Saiba mais