Durante um discurso ao Congresso americano nesta terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender a possibilidade de aquisição da Groenlândia. Segundo ele, o país conseguirá incorporar o território “de uma forma ou de outra”, ressaltando sua relevância estratégica para a segurança nacional.
O presidente também mencionou o direito de autodeterminação do povo groenlandês, sugerindo que os Estados Unidos estariam dispostos a aceitar a ilha caso sua população optasse por integração ao país.
“A Groenlândia tem uma população pequena, mas é um território vasto e altamente relevante para a segurança militar”, afirmou Trump. “Respeitamos seu direito de decidir seu próprio futuro. E, se desejarem, serão bem-vindos aos Estados Unidos da América”, acrescentou.
Repercussão internacional
As declarações de Trump reacenderam tensões diplomáticas com a Dinamarca e a Groenlândia, que rejeitaram a ideia. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, classificou a proposta como “absurda”, enquanto o primeiro-ministro groenlandês, Múte Egede, reforçou que os habitantes da ilha “não desejam se tornar americanos”.
O eurodeputado dinamarquês Anders Vistisen, do Partido Popular Dinamarquês, também criticou a postura dos EUA. “As declarações de Trump deixam claro que os Estados Unidos enxergam a Groenlândia como um ativo estratégico, e não como um povo com direito à autodeterminação genuína”, afirmou.
Para conquistar a população local, Trump prometeu segurança, crescimento econômico e investimentos na ilha. “Garantiremos sua segurança. Faremos com que prosperem. Juntos, levaremos a Groenlândia a um novo patamar”, declarou o presidente norte-americano.
Interesse antigo
O desejo dos Estados Unidos pela Groenlândia não é recente. Desde 2019, Trump expressa intenção de adquirir o território, seja por meio de compra ou via influência econômica e militar. A ilha, que pertence à Dinamarca como um território autônomo, ocupa uma localização estratégica entre o Atlântico Norte e o Oceano Ártico, além de possuir recursos naturais valiosos, cuja exploração tem se tornado mais viável devido ao derretimento das calotas polares.
Especialistas alertam para as implicações geopolíticas dessa iniciativa, que pode ampliar tensões entre os Estados Unidos e a Europa.