Trump Recuou! Bolsas Disparam e Dólar Cai Forte – Veja o Impacto

O presidente dos EUA concedeu uma isenção temporária de um mês para que as montadas americanas não paguem tarifas sobre importações estrangeiras do México e do Canadá.

Os mercados financeiros ao redor do mundo registraram alta, refletindo os desdobramentos da guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além dos EUA, as Bolsas do México, Canadá e Europa também apresentaram ganhos. No Brasil, o Ibovespa avançou 0,20%, alcançando 123.047 pontos, enquanto o dólar despencou 2,71%, fechando a R$ 5,755.

Na terça-feira, Trump determinou a imposição de tarifas de 25% sobre importações vindas do México e do Canadá, além de assinar uma ordem executiva elevando as tarifas sobre produtos chineses para 20%.

No entanto, nesta quarta-feira, a Casa Branca anunciou uma suspensão temporária das tarifas para automóveis vindos do Canadá e do México, alterando a percepção dos investidores e revertendo a tensão dos mercados no dia anterior.

“Tivemos conversas com as três principais montadoras e decidimos conceder uma isenção temporária de um mês para veículos importados sob o USMCA (acordo de livre comércio da América do Norte)”, afirmou Trump em comunicado lido pela porta-voz Karoline Leavitt. As montadoras beneficiadas incluem Stellantis, Ford e General Motors.

A reversão da decisão teve impacto positivo nas Bolsas. O Dow Jones fechou em alta de 1,14%, atingindo 43.006 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 1,12%, para 5.842 pontos, e o Nasdaq subiu 1,46%, encerrando a 18.552 pontos.

Nos países impactados inicialmente pelas tarifas, a notícia foi bem recebida. O índice S&P/BMV IPC, principal indicador da Bolsa mexicana, subiu 0,62%, enquanto o S&P/TSX, da Bolsa de Toronto, registrou alta de 1,22%.

Montadoras lideram ganhos em Wall Street

Nos Estados Unidos, o dia começou volátil devido à divulgação de dados econômicos abaixo do esperado. O relatório ADP indicou uma desaceleração na geração de empregos, atingindo o menor nível desde julho do ano passado.

Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, avalia que esses números podem apontar para uma desaceleração da economia americana:

— Sem sinais concretos de redução da inflação, a fraqueza nos dados de atividade preocupa os mercados, especialmente diante das tarifas que podem pressionar os preços.

Com o anúncio da suspensão parcial das tarifas, os índices passaram a operar no positivo. As ações de montadoras americanas se destacaram: General Motors (GM) teve alta de 7,15%, Ford (F) subiu 5,76%, Tesla (TSLA) avançou 2,60% e Stellantis (STLA) registrou ganhos de 9,28%.

Mercados europeus reagem a estímulos da Alemanha

As Bolsas europeias fecharam em alta, impulsionadas pelo otimismo global e pelo anúncio de novos estímulos econômicos na Alemanha. O governo alemão revelou planos para aumentar investimentos em defesa e infraestrutura, o que animou os investidores. O índice DAX, da Alemanha, saltou 3,55%, alcançando 23.119 pontos. O FTSE 100, do Reino Unido, teve leve alta de 0,07%, a 8.765 pontos, enquanto o CAC 40, da França, subiu 1,85%, a 8.196 pontos. O índice Stoxx Europe 600, que agrega diversas empresas do continente, avançou 1,01%, fechando a 556 pontos.

Os partidos CDU, CSU e SPD chegaram a um acordo para criar um fundo especial de infraestrutura no valor de 500 bilhões de euros, além de excluir os gastos com defesa do limite de endividamento do país.

— Uma mudança significativa e inesperada, que pode redefinir as projeções econômicas — avaliou Evelyn Herrmann, economista do Bank of America para a Europa, em entrevista à Bloomberg.

Maximilian Uleer, estrategista do Deutsche Bank, comparou o momento econômico europeu ao slogan da campanha presidencial de Trump, dizendo que a região vive um “Make Europe Great Again”. Ele reiterou sua visão positiva para as ações europeias e destacou que os estímulos alemães superaram até mesmo as expectativas mais otimistas.