
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou enfaticamente a proposta de trégua de três dias anunciada pelo líder russo, Putin, chamando-a de uma “encenação teatral”. Além disso, Zelensky destacou o avanço nas conversas com o presidente americano Donald Trump, focadas em sanções e no fortalecimento das defesas aéreas da Ucrânia.
Rejeição à Trégua de Putin
Durante uma coletiva com jornalistas, Zelensky classificou a trégua proposta, prevista para ocorrer entre 8 e 11 de maio, como uma tentativa de desviar a atenção da guerra. Segundo ele, “em dois ou três dias, é impossível formular um plano eficaz para encerrar o conflito”.
A proposta de cessar-fogo foi feita para coincidir com o Dia da Vitória da Segunda Guerra Mundial, comemorado em 9 de maio. O Kremlin alegou que o objetivo era testar a disposição de Kiev para uma paz de longo prazo. No entanto, Zelensky acusou Moscou de usar a data para tentar sair do isolamento diplomático, afirmando que Kiev não irá “facilitar jogos” que beneficiem Putin.
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Críticas Internas e Repercussões Externas
Muitos ucranianos viram a trégua como uma manobra para limitar as operações militares de Kiev durante as comemorações na Praça Vermelha, que contarão com a presença de cerca de 20 líderes mundiais, incluindo o presidente chinês Xi Jinping. Zelensky enfatizou que alguns países pediram garantias de segurança para viajar a Moscou, mas afirmou que a Ucrânia não pode ser responsabilizada pelo que acontece no território russo.
Além disso, Zelensky alertou que a Rússia poderia realizar “incêndios criminosos, explosões e outras ações” para culpar a Ucrânia. Moscou respondeu acusando-o de ameaçar a integridade física dos veteranos que participariam das comemorações.
Relações EUA-Ucrânia: Um Capítulo Promissor
Zelensky também abordou os avanços nas relações com Donald Trump, que recentemente reorientou a política americana em relação à Rússia. Em abril, ambos os líderes discutiram um acordo de cooperação para explorar recursos minerais críticos na Ucrânia, fortalecendo laços econômicos e estratégicos entre os dois países.
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Segundo Zelensky, o acordo é mutuamente benéfico, embora ainda faltem garantias de segurança concretas. Durante a reunião no Vaticano, realizada antes do funeral do Papa Francisco, Zelensky reiterou a necessidade de reforçar as defesas aéreas ucranianas e destacou a disposição de Trump em considerar essas demandas.
A rejeição de Zelensky à trégua proposta por Putin reflete a postura firme da Ucrânia diante da guerra e a busca por soluções duradouras. Ao mesmo tempo, os avanços nas relações com os EUA demonstram um esforço conjunto para enfrentar os desafios econômicos e de segurança impostos pelo conflito. Esses desdobramentos continuam a moldar o futuro da região, destacando a importância do apoio internacional e da busca por uma paz sustentável.